Gaza continua esperando por ajuda e pressão aumenta sobre Israel 3c127
Nenhuma ajuda humanitária chegou à população de Gaza, disse uma autoridade da ONU nesta quarta-feira, dois dias após o governo israelense anunciar o fim de um bloqueio de 11 semanas que deixou o enclave palestino à beira da fome. 2yqe
As Forças Armadas israelenses informaram que cinco caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza na segunda-feira e 93 na terça-feira, mas os suprimentos não chegaram aos refeitórios comunitários, padarias, mercados e hospitais de Gaza, de acordo com funcionários de organização humanitária e padarias locais que estavam de prontidão para receber suprimentos de farinha.
"Nenhuma dessa ajuda — um número muito limitado de caminhões — chegou à população de Gaza", disse Antoine Renard, diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA), que afirmou que os caminhões pareciam estar parados em Kerem Shalom, o amplo centro logístico no extremo sudeste da Faixa de Gaza.
O bloqueio israelense deixou os moradores de Gaza em uma luta cada vez mais desesperada pela sobrevivência, apesar da crescente pressão internacional e interna sobre o governo de Israel, o que, segundo uma figura da oposição, pode transformar o país em um "Estado pária".
"Não há farinha, nem comida, nem água", afirmou Sabah Warsh Agha, uma mulher de 67 anos da cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, abrigada em um grupo de barracas perto da praia na Cidade de Gaza. "Costumávamos pegar água da bomba, mas agora a bomba parou de funcionar. Não há diesel ou gasolina."
Abdel-Nasser Al-Ajramy, chefe da sociedade de proprietários de padarias, disse que pelo menos 25 padarias que foram informadas de que receberiam farinha do Programa Mundial de Alimentos não viram nada e que não houve alívio para a fome das pessoas que esperavam por comida.
A retomada do ataque a Gaza desde março, após um cessar-fogo de dois meses, atraiu a condenação de países que há muito tempo são cautelosos ao expressar críticas abertas a Israel. Até mesmo os Estados Unidos, aliado mais importante do país, deu sinais de estar perdendo a paciência com Netanyahu.
O Reino Unido suspendeu as negociações com Israel sobre um acordo de livre comércio, e a União Europeia disse que revisará um pacto sobre laços políticos e econômicos devido à "situação catastrófica" em Gaza. Reino Unido, França e Canadá ameaçaram com "ações concretas" se Israel continuar sua ofensiva.
Em Israel, o líder da oposição de esquerda, Yair Golan, provocou uma reação furiosa do governo e de seus apoiadores nesta semana, quando declarou que "um país são não mata bebês como atempo" e disse que Israel corria o risco de se tornar um "Estado pária entre as nações".
