Leão XIV confia início de pontificado à intercessão de São Paulo 26s4w
Pontífice tomou posse de basílica papal em Roma 374q36
O papa Leão XIV tomou posse da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, nesta terça-feira (20) e rezou diante do túmulo do chamado "Apóstolo dos Gentios", em mais um rito de início de seu pontificado. 1e2n5a
Na visita, Robert Francis Prevost desceu ao túmulo de São Paulo, ajoelhou-se e permaneceu em veneração e oração. Na sequência, venerou o Troféu do Apóstolo e celebrou uma missa perante uma igreja lotada de fiéis, encerrando-a com a Bênção apostólica.
Em sua homilia, o novo líder da Igreja Católica destacou a "graça, fé e justiça" como "os três grandes temas" da carta dirigida por São Paulo aos cristãos de Roma, cuja agem foi lida durante a celebração e sobre a qual convidou a todos a refletir, e confiou "o início deste novo pontificado à intercessão do Apóstolo dos Gentios".
"Que o Senhor me dê a graça de responder fielmente ao seu chamado", disse ele, lembrando que "São Paulo diz antes de tudo que recebeu de Deus a graça do chamado".
Refletindo sobre a mensagem do apóstolo, Prevost ressaltou que São Paulo reconhece que o seu encontro com Cristo e o seu ministério estão ligados ao amor com que Deus o amou primeiro.
"Santo Agostinho - também ele convertido - fala da mesma experiência, dizendo: 'Mas o que podemos escolher, se antes não formos escolhidos? Porque não conseguiremos amar, se antes não formos amados'", disse o Papa.
Durante a mensagem, o norte-americano também reforçou que "na raiz de toda vocação está Deus: a sua misericórdia, a sua bondade, generosa como a de uma mãe, que naturalmente, através do seu próprio corpo, alimenta o seu filho quando este ainda não é capaz de se alimentar a si mesmo".
Além disso, lembrou que Paulo fala na mesma agem sobre a "obediência da fé" e compartilha o que vivenciou quando o Senhor apareceu em seu caminho em Damasco.
O pontífice destaca que, na ocasião, o apóstolo não foi privado da liberdade, mas teve a possibilidade de uma escolha, de uma obediência que era fruto de trabalho, de lutas internas e externas, que ele aceitou enfrentar.
"A salvação não vem por magia, mas por um mistério de graça e de fé, do amor proveniente de Deus e da adesão confiante e livre do homem", enfatizou ele, pedindo ao Senhor "que também nós saibamos responder aos seus convites da mesma maneira".
Ele pediu ainda que todos aprendam a "cultivar e difundir a sua caridade, tornando próximos uns dos outros".
Por fim, Leão XIV recordou que a Basílica de São Paulo Fora dos Muros "está confiada, há séculos, aos cuidados de uma comunidade beneditina" e ressaltou o "amor como fonte e motor do anúncio do Evangelho".
"Deus nos ama. Esta é a grande verdade da nossa vida e que dá sentido a tudo o mais. [...]. Na origem da nossa existência, há um projeto de amor de Deus e a fé nos leva a abrir o nosso coração a este mistério de amor e a viver como pessoas que se sabem amadas por Deus", afirmou.
De acordo com o Santo Padre, "esta é a raiz, simples e única, de toda a missão", incluindo a sua, "como sucessor de Pedro e herdeiro do zelo apostólico de Paulo".
Após a celebração, Leão XIV deixou a Basílica saudado e aplaudido pelos fiéis presentes dentro e fora da igreja, que gritavam "Viva o Papa", e retornou ao Vaticano após cerca de 50 minutos.
O norte-americano fará visitas semelhantes no próximo domingo, 25 de maio, às Basílicas de São João de Latrão e Santa Maria Maggiore.