Presença eleitoral em 1º dia de referendos na Itália é de 16% u5717
Votação que abrange lei de cidadania seguirá nesta segunda 39y13
A presença dos eleitores italianos no dia inicial de votação para os cinco referendos que ocorreu neste domingo (8) era de 16,16% às 19h locais (2h de Brasília), em meio aos 51 milhões de eleitores chamados para a consulta, informa o Ministério do Interior da Itália. 356n4
O presidente da República, Sergio Mattarella, participou da votação na seção de Palermo, na Sicília, sua terra natal, por volta das 16h30 (11h30 de Brasília).
Já Giorgia Meloni, primeira-ministra do país, compareceu à seção eleitoral no início da noite, informou sua equipe.
A Toscana bateu a Emilia-Romagna em termos de presença nas urnas, com 22% contra 21,21%, enquanto a Calábria teve a menor participação do país, com 10,14%.
Entre as principais ocorrências no país durante a votação, está a que houve em Roma: a comissão responsável enviou às autoridades do município uma queixa, explicando que alguns presidentes de mesas perguntaram "com antecedência aos eleitores" se "queriam ou não retirar todas as [cinco] cédulas", o que violaria o "silêncio eleitoral".
As votações para os cinco referendos que podem endurecer leis trabalhistas e reduzir de dez para cinco anos o prazo para imigrantes solicitarem a cidadania italiana será retomada nesta segunda-feira (9).
As consultas populares foram convocadas após campanhas promovidas por partidos de centro e centro-esquerda e organizações da sociedade civil, à revelia do governo de direita de Meloni, que defende a abstenção nos cinco quesitos.
Se a participação não superar 50% do eleitorado, os resultados serão invalidados, de modo que o desfecho dos referendos é incerto.
A proposta chega na esteira das mudanças promovidas pelo governo Meloni na cidadania por direito de sangue (jus sanguinis), que agora será reconhecida apenas para descendentes que tiverem um dos pais ou um dos avós nascido na Itália.
A restrição enfureceu a comunidade ítalo-descendente no exterior, sobretudo nas nações que foram os principais destinos de imigrantes italianos nos séculos 19 e 20, como o Brasil.
O referendo, no entanto, aborda apenas a cidadania para imigrantes, que ainda precisariam comprovar conhecimentos intermediários de italiano e autossuficiência econômica para obter a dupla nacionalidade.
O projeto também beneficiaria indiretamente os filhos menores de idade desses imigrantes, que hoje precisam esperar os 18 anos e ter sempre residido na Itália para pedir a cidadania.
Os outros quatro referendos tentam reverter flexibilizações nas leis trabalhistas aprovadas a partir de 2015, na gestão do então premiê de centro Matteo Renzi.
Os quesitos propõem o retorno da proibição às demissões sem justa causa em companhias com mais de 15 funcionários, o fim do limite às indenizações para funcionários mandados embora sem justificativa em pequenas empresas, a introdução de regras mais rígidas para contratos temporários e a responsabilização da firma contratante no caso de acidentes com funcionários terceirizados.