Psicólogo analisa situação delicada do filho de Latino após bate-boca: 'Ciclo vicioso' 1l6564
Após a discussão entre Latino e seu filho, Guilherme, psicólogo analisa a situação delicada envolvendo vícios e drogas; confira 283r4v
Nesta terça-feira (20), um dos assuntos mais comentados foi sobre o caso do cantor Latino com seu filho, Guilherme Namentti, de 27 anos. O artista revelou que o jovem era dependente químico e com isso os dois começaram a se alfinetar e apontar problemas pesados entre si. O psicólogo e escritor Alexander Bez, explicou à Contigo! sobre a situação e analisou os principais pontos em casos como esse. Confira! 6i6p3b
Análise do psicólogo sobre o caso 2c45n
Para Alexandre, quando falamos em drogas, estamos falando, acima de tudo, de uma fragilidade emocional da pessoa que se envolve com elas. O problema das drogas é que elas ultraam a barreira da obsessão e da compulsão, ou melhor, mantêm essas características, mas vão além, porque se tornam um vício. "Esse vício é provocado principalmente pela presença de substâncias químicas que atuam diretamente no cérebro, independentemente da droga em questão. Quanto mais cedo a criança ou o adolescente entra em contato com essas substâncias, mais o cérebro se adapta a elas, devido às ramificações neurológicas e aos padrões de comportamento que envolvem o vício, principalmente no sistema nervoso central", inicia.
O uso precoce de drogas tende a gerar alterações de comportamento, podendo levar à violência e a mudanças profundas de personalidade. "Em termos emocionais, mesmo antes da compulsão e da obsessão, o desejo de usar drogas pode funcionar como um gatilho: a pessoa busca compensar algo que está emocionalmente mal resolvido em sua vida. Isso é sustentado por teorias da psicologia e da psicanálise: a droga é usada como uma forma de compensação para lacunas emocionais, afetando não só o aparelho psíquico, mas também o aparelho neurológico e neuropsiquiátrico", continua o psicólogo.
Segundo explicação de Alexandre, a diferença entre o álcool e a droga é que o álcool, apesar dos riscos, é um alimento socialmente aceito em pequenas quantidades. Já a droga, quando combinada com outras substâncias, pode se tornar uma verdadeira "bomba atômica", especialmente quando há exposição pública e falta de apoio emocional.
Qual a importância da presença dos pais? 414i6b
Para Alexandre, o exemplo dos pais é essencial. Se a criança cresce em um lar violento, agressivo, marcado pela ausência de carinho, afeto e estrutura familiar, ela inevitavelmente absorverá esse padrão. "O ambiente familiar tem um peso enorme na formação emocional da criança. O que ela vive e observa se torna referência. Expor publicamente um jovem ou adolescente que está ando por esse problema só piora a situação. Isso tende a gerar mais raiva, frustração e sensação de injustiça, alimentando um ciclo vicioso de compulsão: quanto mais exposto, mais ele sente necessidade de compensar com o uso da droga e quanto mais usa, mais preso ao vício ele fica".
Como combater esse vício? 4o2l5e
"A dica mais importante, reconhecida mundialmente, é eliminar a fonte do problema. Ou seja, cortar todas as relações com pessoas que introduziram a droga na vida do dependente. Isso é fundamental, mesmo que seja alguém próximo. A droga chega com uma falsa promessa de melhora, de alívio, mas isso é ilusório. Não existe melhora verdadeira no vício, apenas uma deterioração progressiva", diz Alexandre.
Outra dica fundamental é nunca rotular a pessoa como "drogada". "Evite gritar, julgar ou ofender o dependente. É importante compreender que, muitas vezes, o vício começa por um deslize ou por influência de amigos. Por isso, romper com essas amizades é essencial: não há tratamento eficaz se a pessoa continuar convivendo com os mesmos estímulos", reforça Alexandre.
Por fim, para o psicólogo se for necessário, é melhor ficar sem amigos por um tempo do que manter-se cercado de quem incentiva o vício. Além disso, a prática de esportes, uma alimentação saudável e uma rotina equilibrada de sono são essenciais. O esporte e atividades recreativas funcionam como substitutos saudáveis, ocupando o espaço que antes era preenchido pela droga.