Projeto resgata a autoestima de mulheres que aram pela mastectomia 1e5270
Iniciativa apoiada pela Unipar utiliza pellets de PVC na criação das peças e gera oportunidades para as participantes da oficina 2n2p6k
Projeto em Rio Grande da Serra confecciona sutiãs e próteses mamárias sustentáveis para mulheres mastectomizadas, unindo solidariedade, autoestima e geração de renda, com apoio da Unipar e ONGs locais.
Um projeto que une solidariedade, empatia e sustentabilidade tem mobilizado costureiras voluntárias em Rio Grande da Serra, na região do ABC Paulista. Trata-se da Oficina de Costura Sustentável, uma iniciativa dedicada à confecção de sutiãs adaptados para próteses mamárias, destinados a mulheres que aram por mastectomia — procedimento que pode ser essencial no tratamento do câncer de mama, e que, muitas vezes, é seguido por dificuldades no o a próteses adequadas, seja por limitações de recursos ou por falta de e especializado. 3jn63
Segundo dados divulgados pela Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, entre 2015 e 2020, o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil registrou um total de 204.569 cirurgias oncológicas de mama, das quais 43% foram mastectomias, aproximadamente 88.000 procedimentos desse tipo. No mesmo período, foram realizadas 17.927 cirurgias plásticas reconstrutivas de mama com implantes após esse procedimento, sendo que apenas 20,52% das mulheres mastectomizadas foram submetidas à reconstrução imediata com implantes.
No último encontro, realizado na sede da ONG PROFAVI – Associação Promoção a Favor da Vida –, em Rio Grande da Serra, o grupo de costureiras apresentou os diferentes formatos de moldes que desenvolveram para as próteses e iniciou a confecção de 70 peças. Ao todo, foram arrecadados 50 kg de pallets de PVC, doados pela Dacarto, empresa fabricante de compostos de PVC, que serão transformados em próteses mamárias envoltas de uma manta acrílica e de algodão.
Comandada pela estilista Esmeralda Chagas, com apoio da ONG Mãos Criativas, as costureiras puderam criar mais que próteses e sutiãs especiais, experimentaram a sensação de participar de uma ação que contribui para que mulheres recuperem a autoestima e o brilho nos olhos. “É um projeto que fala de um assunto sério e sensível de uma forma leve e gostosa, e eu me sinto honrada em fazer parte disso”, completa Denise Santos, que ou por uma cirurgia de mastectomia há alguns anos.
Costura que transforma vidas 503w3y
Mais do que capacitar as costureiras, a ideia é inspirá-las. Para Luiza Maria de Jesus Santos, presidente da ONG PROFAVI, e que também já enfrentou um diagnóstico de câncer, o projeto é a concretização de um sonho de ajudar mulheres que precisam se sentir bem e não têm condições de fazer esse investimento. "Quando recebi o diagnóstico de câncer e tive que fazer a cirurgia, fiquei muito angustiada. Meu médico me aconselhou a não colocar a prótese, mesmo tendo condições. Foi aí que comecei a pensar em fazer algo pela população vulnerável de Rio Grande da Serra. Ver a alegria delas me faz bem e me motiva a ajudar.”
A oficina integra o projeto TO em Movimento, iniciativa que tem o apoio da Unipar, empresa do setor químico e petroquímico, e dos Conselhos Comunitário Consultivo de Santo André e de Cubatão, formados por voluntários que atuam nas comunidades próximas às unidades da empresa e promovem o diálogo entre a companhia e a população local. Além de promover o acolhimento, a ação também abre caminhos para a transformação econômica das participantes ao valorizar o trabalho manual e criar oportunidades de geração de renda.
"Nós percebemos que poderíamos ir além e capacitar mulheres para a confecção dessas próteses e de sutiãs, criando uma rede de apoio e trabalho com a Profavi”, comenta Wanessa Santana, coordenadora de Comunicação da Unipar Santo André.