Morre sapo encontrado com boca colada; MP investiga suspeita de ritual 542rz
Anfíbio estava internado no Hospital Veterinário da Universidade de o Fundo (UPF) após ar por cirurgia, mas não resistiu 29dp
O sapo-cururu fêmea que havia sido encontrada com a boca colada no Rio Grande do Sul e precisou ar por cirurgia, no Hospital Veterinário da Universidade de o Fundo (UPF), não resistiu aos ferimentos e morreu na noite deste domingo, 15. 1y4d35
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Segundo informações do hospital ao Terra, o anfíbio havia sido localizado por uma moradora do bairro São Cristóvão, em o Fundo, e levado à equipe veterinária da universidade.
Conforme a professora Micheli Ataíde, coordenadora do Grupo de Estudos de Animais Silvestres (Geas) da UPF, o animal chegou ao hospital em estado bastante debilitado. Além da boca colada, foi necessário remover objetos encontrados em seu estômago.
O hospital não revelou o tipo de objeto achado no estômago do animal, mas o Ministério Público, que investiga o caso, relatou que foi 'observada a presença de cabelo e outros elementos que permitem identificar que o animal foi submetido a maus-tratos'.
Estima-se que o sapo tenha ficado cerca de três dias com a boca colada, apresentando sinais de desnutrição e desidratação. No hospital, o animal foi estabilizado, hidratado e recebeu nutrição intravenosa. Em seguida, iniciou-se o processo de remoção da cola, que levou cerca de 18 horas.
Após a retirada da cola, a equipe de veterinários realizou exames e constatou, por meio de raio-X, a presença de um corpo estranho no estômago. Assim, o sapo precisou ar por uma cirurgia para desobstrução.
“Avaliamos assim que chegou. Precisamos, antes de tudo, hidratar ela. Então, sedamos para conseguir abrir a boca e tirar a cola. Contudo, quando retiramos a cola, percebi que a boca estava bem machucada. Fizemos um raio X e constatamos que o estômago dela estava compactado, sendo necessária a cirurgia”, explicou Micheli.
Segundo Micheli, cirurgias do trato digestório possuem um risco maior, já que a abertura desses órgãos possui bactérias que podem gerar uma infecção importante, até generalizada. “Com recursos médicos, o emprego de antibióticos e acompanhamento intensivo, os riscos são minimizados e acompanhados de perto. Porém, infelizmente, não foram suficientes para salvar a vida do animal”, disse.
O caso foi denunciado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que investigará a situação. Segundo o promotor de Justiça do Meio Ambiente da cidade, Paulo Cirne, “é uma forma de ritual, situação já verificada em outras cidades, mas pela primeira vez em o Fundo. Uma prática considerada maus-tratos, já que o animal, se não fosse atendido, iria a óbito. Então, o MPRS vai averiguar a situação”.
Cirne ressaltou que com a morte do anfíbio, a penalidade é agravada. Nesse caso, a punição pode ser aumentada em um intervalo que varia de 1/6 a 1/3 da pena originalmente prevista.