Onça mata caseiro no Pantanal: o que pode motivar um ataque desse tipo? 4u383s
Ataques são raros, diz Polícia Militar Ambiental, e acontecem quando há escassez de alimentos, se o animal se sente ameaçado ou quer proteger filhotes 365q5g
No início desta semana, um homem de 60 anos que morava em um pesqueiro, na área rural de Aquidauana, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, foi morto por uma onça-pintada. Jorge Avalo desapareceu na segunda-feira, 21, e restos do seu corpo foram encontrados no dia seguinte, a menos de 200 metros de sua casa. A onça que teria atacado o homem foi capturada na madrugada desta quinta-feira, 24, na mesma região. yx4q
Ataques de onças-pintadas a seres humanos são raros, segundo a Polícia Militar Ambiental, e acontecem quando há escassez de alimentos ou se o animal se sente ameaçado. Também pode acontecer no período reprodutivo, quando a onça tem instinto de proteger sua prole. No caso de Avalo, ele manipulava mel de abelhas e o cheiro pode ter atraído o animal.
Outra situação que pode facilitar a ocorrência de ataques é a existência de cevas, locais onde são deixados alimentos para atrair animais silvestres, para que sejam avistados por turistas. A região onde o ataque ocorreu, banhada pelos rios Miranda e Aquidauana, é destino do turismo ecológico e recebe turistas e pescadores do Brasil e do exterior.
A prática da ceva é proibida nos três âmbitos de governo: por lei federal que trata dos crimes ambientais, por lei estadual de Mato Grosso do Sul que dispõe sobre a proteção da fauna e por resolução da Secretaria Municipal de istração de Aquidauana.
Segundo a Polícia Militar Ambiental, o último caso de ataque de onça-pintada que resultou em morte no bioma Pantanal aconteceu há 17 anos. Em 2008, em Cáceres, em Mato Grosso, um vaqueiro de 22 anos foi morto e arrastado pelo felino enquanto dormia em uma barraca, na margem do Rio Paraguai . Na época, técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram à região e constataram a existência de uma ceva para fins turísticos.
Em 2023, o peão de uma fazenda de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, relatou um ataque, em que ficou ferido, mas sobreviveu.
Segundo o biólogo Gustavo Figueroa, da ONG SOS Pantanal, a onça-pintada não é de natureza agressiva. "É um felino reservado que evita o contato com as pessoas e não representa ameaça direta quando não há uma provocação ou interferência humana", disse, em vídeo divulgado nas redes sociais.
Conforme Figueroa, a presença de onças-pintadas no Pantanal não é apenas um símbolo da biodiversidade brasileira, mas também uma fonte vital de renda para milhares de famílias que vivem do turismo de observação da fauna. "A atividade fomenta a conservação da espécie e contribui para o desenvolvimento ambiental da região", diz.
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