Animais extintos estão reaparecendo nas florestas de Florianópolis 6mc
Reintrodução de espécies transforma ilha de Santa Catarina; entenda como funciona o projeto 1ev2s
Extintos desde 1763, na Ilha de Santa Catarina, os bugios-ruivos (Alouatta guariba) estão de volta às matas de Florianópolis. Desde 2024, 16 animais já foram reintroduzidos em cinco grupos, nos parques do norte e sul da ilha. A ação é parte do trabalho do Instituto Fauna Brasil (IFB), que tem como meta restaurar populações de espécies extintas localmente. 5v3i4d
Reabilitação e soltura controlada 724561
Os bugios vieram de outras regiões do estado e aram anos em reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Realizou-se a soltura gradualmente, com cada grupo permanecendo quatro semanas em recintos telados na floresta, para se adaptar ao novo ambiente. Além disso, todos os indivíduos receberam microchips e só foram liberados após comprovarem que se alimentavam de pelo menos, dez espécies vegetais nativas.
Monitoramento e primeiros sinais de sucesso o3x4x
O acompanhamento dos animais é feito com drone termal, armadilhas fotográficas, gravadores e buscas a pé. Mike, Nariz e Moçamba formam uma das famílias reintroduzidas no sul da ilha. "Ver aquelas carinhas, que eu via atrás das grades, agora em liberdade, foi incrível", conta a bióloga Alessandra Lima da Rocha, do IFB, em entrevista ao Mongabay.
Ciência cidadã fortalece a conservação 733jd
Assim, os eventos do projeto "Vem arinhar", realizados desde 2022, aram a incluir a expectativa de ouvir ou ver bugios nas trilhas. Incentivam-se os moradores, então, a relatar avistamentos, contribuindo para o monitoramento. "A ciência cidadã é muito importante para o projeto", diz Alessandra. A ação também inclui panfletos, cartazes e atividades em escolas.
Felinos também podem voltar h5f72
Ademais, além dos bugios, o IFB pretende reintroduzir pequenos felinos como o gato-maracajá e o gato-do-mato-do-sul. A ausência desses predadores compromete o equilíbrio ecológico, permitindo, por exemplo, o aumento de saguis invasores. "Precisamos muito mais dessas espécies do que elas de nós", avalia a bióloga Camila Rezende Ayroza.
Parcerias e futuro da fauna na ilha 3s1n6f
Por fim, a iniciativa conta com apoio da Floram, que fornece logística e autorizações para solturas. A ilha possui cerca de 41% do seu território protegido por unidades de conservação. Segundo o projeto Fauna Floripa, 11 mamíferos e diversas aves já desapareceram da região. A meta do IFB é reintroduzir essas espécies e garantir sua sobrevivência sem interferência humana.
"A destruição da biodiversidade está ocorrendo numa velocidade muito maior do que qualquer ação em prol da conservação. Se a gente não fizer nada, a gente está escolhendo sentar e assistir de camarote", alerta Vanessa Kanaan, fundadora do IFB.