Agosto Dourado: descubra o poder da amamentação para o bebê 6k6g4v
Especialista diz que "leite materno é conhecido como a primeira vacina e é capaz de fortalecer o sistema imunológico" 6j1m1a
O agosto dourado é o mês dedicado ao incentivo pelo aleitamento materno com o objetivo de influenciar a amamentação e mostrar todos os aspectos positivos que ela traz. 5t4o16
A amamentação também depende de fatores emocionais e psicológicos. A expectativa e idealização da amamentação, a cobrança por fazer tudo certo, a montanha-russa hormonal no pós-parto (puerpério), entre outros fatores, podem causar dificuldades tanto na produção de leite quanto no processo da amamentação.
A sociedade cobra a maternidade perfeita. É importante acolher as inúmeras mães que, por diferentes motivos, não conseguem amamentar exclusivamente seus bebês. Não reforçar o pensamento de "só não amamenta quem não quer". Amamentar é alimentar. Seja no seio ou na mamadeira. Sem cobranças e sempre com muito apoio.
Segundo o Dr. Gabriel Monteiro, ginecologista e obstetra, o leite materno tem todos os nutrientes que o bebê precisa em cada fase de seu desenvolvimento e a natureza é tão perfeita que sua composição, volume e sabor mudam a cada mamada para satisfazer as necessidades do bebê.
"Em dias mais quentes, por exemplo, o leite pode ter um teor de água maior para manter o bebê hidratado. Por isso, o leite materno pode ser considerado um "alimento vivo" que vai se adaptando conforme o bebê cresce".
"O leite materno é composto por água para o manter o bebê hidratado, além de nutrientes essenciais como proteínas, carboidratos e gorduras, e também é rico em vitaminas e minerais que garantem o crescimento saudável e o bom funcionamento do organismo. Ele também contém substâncias imunológicas que fortalecem o sistema imunológico e protegem o organismo contra doenças", explica o especialista.
Existem três fases básicas do leite materno:
- Colostro: liberado logo após o nascimento até cerca de 7 dias, rico mais em proteínas e anticorpos, o colostro supre as necessidades nutricionais do recém-nascido, além de estimular o sistema imunológico e o funcionamento intestinal. É conhecido como a primeira vacina do recém-nascido.
- Leite de transição: com o ar dos dias, o leite vai aumentando em volume e a mãe começa a sentir suas mamas mais cheias firmes e pesadas, anunciando a chegada do leite maduro.
- Leite maduro: geralmente surge após o 15º dia de nascimento. É o estágio final do leite materno, que agora é mais espesso e rico em gorduras e adquire a composição perfeita e equilibrada para o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê.
Uma das curiosidades das pessoas é como o leite materno é produzido no organismo e o médico destaca que durante a gravidez é o que os seios se preparam devido à ação dos hormônios maternos.
"Com o nascimento do bebê e a retirada da placenta, o sistema nervoso produz dois hormônios essenciais para a amamentação: a prolactina e a ocitocina. A prolactina age nas células produtoras de leite, estimulando a produção. Assim, os lóbulos mamários começam a produzir e armazenar o leite materno.
"Já a ocitocina, também produzida no cérebro age na glândula mamária atuando na liberação do leite através dos ductos até estruturas chamadas ampolas, que ficam sob a aréola. A pega correta do bebê, que não deve abocanhar somente o bico, mas a região toda, é essencial para comprimir as ampolas e conduzir o leite até a boca do pequeno".
Confira os benefícios da amamentação para a mãe e o bebê:
Mãe:
- Contribui para que o útero volte ao tamanho normal e diminui o sangramento no pós-parto;
- Ajuda as mulheres a voltarem ao peso pré-gravídico;
- Reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio;
- É uma opção econômica e prática, pois está sempre pronto e na temperatura certa para ser consumido.
Bebê:
- Tem tudo o que o bebê precisa até os 6 meses - inclusive água!
- Melhora a digestão, minimizando as cólicas;
- Contribui para o desenvolvimento do sistema imunológico;
- Evita diarreia e infecções respiratórias;
- Diminuir o risco de alergias;
- Estimula e fortalece arcada dentária do bebê;
- Reduz o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, colesterol alto e obesidade na vida adulta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) é recomendado que o aleitamento materno seja exclusivo até o 6º mês de vida, quando começam a ser introduzidos alimentos complementares, mantendo a amamentação até dois anos ou mais. Ou seja, não existe um limite de idade, enquanto a amamentação for legal para a mãe e para o bebê, ela pode acontecer.
Qual a explicação para uma mãe que não produz leite durante a gestação?
O Dr. Gabriel Monteiro explica que existem duas situações, são elas: quando a mulher de fato não produz leite e àquelas que não conseguem amamentar. "É preciso acabar com o pensamento de "só não amamenta quem não quer".
Amamentar não é fácil e demora até ficar natural. Envolve dor, envolve questões psicológicas em uma mulher que está fragilizada pelo momento. Vale ressaltar que o único impedimento absoluto para o aleitamento é a mãe ser portadora do vírus HIV ou HTLV", destaca o ginecologista e obstetra.
Há outros motivos pelos quais uma mulher não consegue produzir leite, como a cirurgia de redução da mama: quando, de maneira secundária, se elimina parte da glândula mamária e a produção de leite é comprometida.
- Mastectomia unilateral: quando a amputação de um dos seios é realizada, o outro pode não produzir leite suficiente para as necessidades do bebê.
- Hipoplasia mamária: alteração em que existe ausência de tecido mamário.
- Problemas na tireoide: a tireoide é responsável pela produção do hormônio T3, que influencia na ação da prolactina - que tem como função estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias.
Durante a gestação como é possível estimular a produção de leite">Consultoria: Dr. Gabriel Monteiro, ginecologista, obstetra e professor do curso de medicina da Universidade Santo Amaro - Unisa.