O que é insuficiência renal: entenda o quadro de Benedito Ruy Barbosa 6r3t2a
Autor de novelas de sucesso, como 'Pantanal' e 'O Rei do Gado', está internado em São Paulo 6e403p
O dramaturgo Benedito Ruy Barbosa, de 94 anos, está internado na UTI do HCor em São Paulo devido a um agravamento de insuficiência renal crônica, apresentando melhora clínica, mas sem previsão de alta.
O dramaturgo Benedito Ruy Barbosa, de 94 anos, está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HCor, em São Paulo, desde o dia 20 de maio de 2025. 18134l
Segundo boletim enviado ao Terra, o autor apresenta um agravamento no quadro de insuficiência renal crônica. “No momento, ele está na UTI e apresenta melhora clínica e nos exames laboratoriais, mas ainda sem previsão de alta”, informa a nota.
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Diante do estado de saúde do escritor, o Terra conversou com o Dr. Sergio Jordy, neurologista com especialização em Neuroimunologia, que atua na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, para esclarecer o que é a insuficiência renal e seus riscos.
O que é insuficiência renal? 1y26m
Jordy salienta a importância de compreender a importância dos rins para o ser humano. Segundo ele, apesar de todo mundo nascer com dois, eles são vitais para o equilíbrio do corpo.
“Eles servem para filtrar as toxinas do sangue que são produzidas pelo metabolismo, pelo funcionamento dos órgãos do corpo. Eles retiram essas substâncias e as eliminam por meio da urina", pontuou. "Quando há uma insuficiência renal, isso significa que o rim está com uma limitação de funcionamento — que pode ser parcial ou total”.
O médico aponta que podem existir dois tipos de insuficiência renal, a aguda e a crônica, esta última sendo a que acometeu o autor de novelas. Pode não parecer, mas há grande diferença entre elas.
“A insuficiência renal pode ser aguda, quando tem início súbito. Isso pode acontecer por diversos motivos: uma infecção, o consumo de substâncias tóxicas, entre outras causas. Nesses casos, ela se instala de forma rápida e, muitas vezes, é reversível. Mas também pode ser insuficiência renal crônica, que tem evolução mais lenta, geralmente irreversível, e dura meses ou até anos. Está associada a doenças que causam lesões progressivas nos rins, como pressão alta, diabetes, doenças intrínsecas dos rins, uso prolongado de medicamentos ou exposição a substâncias tóxicas.”
Sendo crônica ou aguda, com o mau funcionamento dos rins, as toxinas que deveriam ser eliminadas se acumulam no corpo e causam diversos sintomas. Jordy, médico há 22 anos, enumerou alguns comuns:
- Fraqueza e cansaço;
- Inchaço (edema), especialmente nas pernas e pés;
- Redução do volume de urina;
- Náuseas e vômitos;
- Falta de apetite;
- Pressão alta descontrolada;
- Cãibras e coceira;
- Palidez por anemia — já que os rins produzem o hormônio eritropoetina, essencial para a formação de glóbulos vermelhos;
- Confusão mental e sonolência;
- Em casos graves, coma ou morte.
Vale lembrar que o acúmulo de potássio no sangue, por exemplo, pode levar a arritmias cardíacas graves e fatais. Já o excesso de líquidos, por sua vez, pode causar edema pulmonar, comprometendo a respiração.
Tratamento 44l69
O quadro clínico pode ser tratado de algumas formas e a depender do tipo, é claro. O primeiro o, conforme o médico, é sempre identificar o que está provocando o problema e controlá-lo. No caso de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, é fundamental manter o controle rigoroso das condições.
“A primeira coisa é identificar a origem do problema. Existem dezenas de possibilidades. É preciso saber se é aguda ou crônica e tratar a causa. Se o paciente tem pressão alta ou diabetes, essas condições precisam ser controladas com rigor [...] Também é necessário corrigir os níveis de eletrólitos no sangue e, em muitos casos, recorrer à hemodiálise — que é um processo de filtragem artificial do sangue. Quando os rins estão em situação irrecuperável, o tratamento indicado é o transplante renal.”
Embora atue na área da neurologia, o Dr. Sergio Jordy — que trabalha no Hospital São Luiz – Itaim e no Centro Médico Sinapse — reforça a importância da conscientização sobre doenças crônicas como a insuficiência renal. “É uma condição séria, com impacto sistêmico, que exige atenção médica contínua e pode, sim, levar à morte se não for tratada adequadamente.”