Único no mundo, parque é bate e volta imperdível a 1h de Curitiba 2x302l
Se Foz do Iguaçu é o turismo das águas, o Parque Vila Velha é a versão paranaense do tempo da pedra [...] 6l331p
Se Foz do Iguaçu é o turismo das águas, o Parque Estadual Vila Velha é a versão paranaense do tempo da pedra. p534d
Formados há mais de 300 milhões de anos, seus imensos guardiões de arenito de até 30 metros de altura são os principais atrativos de Ponta Grossa, município a cerca de 1h de Curitiba, capital do Paraná.
É ali que fica o primeiro parque do gênero no estado, criado há pouco mais de 70 anos e tombado como patrimônio histórico estadual.
"Dentro da mesma unidade [de conservação], com formações rochosas tão próximas como as que temos aqui, isso daqui é único no mundo, é singular no planeta", define Arandy Ferreira da Costa Jr., coordenador de operações do parque.
Parque Estadual Vila Velha 232h1s
Por falta de um, o parque pode ser visto de diferentes pontos de vista. Tem as tradicionais rotas de visita, que podem ser feitas de ônibus, a pé ou com carro próprio, mas também tem uma trilha mais puxada com banho de cachoeira no final e outra com 22 km para quem vai de bicicleta.
Seja qual for o caminho escolhido, sempre vai ter uma formação única que brota daqueles Campos Gerais, confundindo a nossa mente com suas formas de bota, garrafa, taça e camelo, só para citar algumas das que podem ser vistas no circuito Arenitos Unimed.
"O parque é caracterizado pela predominância de vegetação campestre, considerado o último resquício do Cerrado no Sul do Brasil. E a gente vê esse mosaico que intercala esses campos com florestas de araucária, uma árvore símbolo do Paraná", explica o biólogo e pesquisador Mateus Alexandre.
Vistos de longe ou de perto (de bem perto, diga-se de agem), os arenitos do parque parecem sempre nos transportar para tempos glaciais.
"Isso aqui conta um pouco da história do planeta. Na época da formação desses arenitos, estávamos praticamente na Antártica. Era um ambiente muito frio e todos os continentes estavam unidos", compara Costa Jr.
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O QUE FAZER 1q5c1o
Arenitos Unimed
É nessa trilha fácil sobre arelas de madeira que o visitante encontra as formações mais famosas do parque, como a Taça, a Garrafa, a Bota e o Camelo (ou seja lá qual outro formato sua imaginação conseguir ver).
Esculpidos pelas ações das águas, do calor e de atividades orgânicas, ao longo de milhares de anos, os arenitos podem ser vistos em caminhadas de 1,1 km (meia trilha) e 2,7 km (trilha completa).
Furnas
Sem o interior, as duas furnas mais profundas do Paraná, a dos Andorinhões e a dos Lambaris, podem ser vistas em mirantes localizados dentro do parque.
Essas cavernas de entrada vertical, cobertas com rica vegetação, podem chegar a 200 metros de diâmetro e abrigam espécies endêmicas como o lambari da furna.
Já os paredões da Furna dos Andorinhões é abrigo de milhares de andorinhões de coleira falha (Streptoprocne biscutata), que fazem suas revoadas no amanhecer e no pôr do sol.
Lagoa Dourada
A terceira e última trilha do circuito básico do parque dá o à essa nascente de águas cristalinas, de acordo com a incidência da luz do sol, uma das furnas abertas à visitação pública.
Com mais de 5 metros de profundidade, o atrativo é apenas contemplativo, assim como todas as outras furnas no interior do parque.
Trilha Fortaleza
Numa área mais rústica do parque, em lugares que não são abertos para a visitação, essa caminhada de 13 km de extensão tem alto grau de dificuldade e inclui travessia do Rio Quebra-Perna, por meio de cordas.
A trilha guiada acontece apenas uma vez por mês, às 8h, no Centro de Visitantes, e a por locais como os Arenitos e as trilhas dos Fósseis Marinhos, dos Afloramentos, Trilha da Fortaleza e a dos Campos Gerais.
Porém, o ponto alto da caminhada é o banho na cachoeira do Quebra-Perna, cujo nome remonta à época dos tropeiros e de seus animais que se acidentavam no relevo acidentado do rio.
Turismo de aventura
O Parque Estadual Vila Velha tem também atividades pagas a parte, como o circuito de arvorismo com 10 atividades diferentes, ao longo de 120 metros de extensão; e a tirolesa de 200 metros de extensão, com vista única da Furna 2.
Caminhada Noturna
Nos sábados de Lua Nova ou Cheia, o visitante conta com essa experiência favorecida pela ausência de iluminação urbana nos arredores.
Durante o eio, que ocorre das 17h30 às 22h30, o visitante percorre cerca de 4 km, ando pelos principais arenitos do parque.
Restaurante Bosque Vila Velha
Ao lado do Centro de Visitantes, esse estabelecimento com vista panorâmica do parque é conhecido pela "alcatra no espeto", prato típico de Ponta Grossa que remete à Força Expedicionária Brasileira, unidade militar criada em 1943 para que o Brasil combatesse o eixo formado pela Alemanha, Itália e Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.
Os espetos, conhecidos também como "orelha de elefante", chegam à mesa em porções para até 3 pessoas, em cortes de alcatra, fraldinha, picanha, chorizo ou medalhão de mignon, acompanhados de guarnições como salada, arroz, feijão, macarrão e fritas.
Só tem lá
Terra da macela, planta nativa dos Campos Gerais do Paraná usada para combater doenças digestivas, o parque abriga também algumas espécies especiais, como o cactus bolinha (parodia carambeiensis), endêmico da região dos Campos Gerais e, extremamente, ameaçado de extinção.
"A grande maioria das populações desse cactus está fora de unidades de conservação, o que acaba elevando a preocupação com essa espécie", alerta Alexandre, que atualmente é doutorando na área da botânica.
Embora não sejam nenhuma exclusividade da região, outras espécies também dão as caras no parque, como lobo-guará, tamanduá-bandeira e mais de 230 espécies de aves, entre migratórias e residentes.
Dica Viagem em Pauta
Para ver a monumentalidade desse patrimônio rochoso, em sua totalidade, não deixe de visitar o mirante que fica na Rotatória do Museu, no alto do parque, próximo a uma das paradas do ônibus interno.
De lá, é possível ver a sequência de arenitos, que mais parecem peças de um imenso boliche ao ar livre.
COMO CHEGAR
Por questões logísticas, para esta reportagem, o Viagem em Pauta foi de ônibus até Curitiba e, na capital paranaense, alugou um carro para chegar ao parque.
A viagem entre os terminais Tietê (SP) e o de Curitiba (PR) dura cerca de 6h30 e é operada, diariamente, pela Viação Cometa (viacaocometa.com.br), em 14 diferentes opções de horários.
Um dos destaques é o bilhete Cama, com poltronas com 180° de inclinação, separadas em cabines como as de classes executivas de companhias aéreas, além de USB e ar condicionado individuais, kit com manta e travesseiro, e mimos na estrada.
Para quem vai direto a Ponta Grossa, a Viação Catarinense (catarinense.com.br) tem uma saída diária da Rodoviária da Barra Funda (SP), cuja viagem dura 8h30 e também conta com a opção Cama.
Assim como nas companhias aéreas, o Grupo JCA também tem um plano de fidelidade, considerado pioneiro no setor de transporte rodoviário de ageiros na utilização do conceito de gamificação.
Com uma base de participantes com mais de 2 milhões, o Clube Giro (clubegiro.com.br) funciona como se fosse um jogo, cujos pontos não estão vinculados apenas à frequência de viagens dos associados, mas também à interação realizada dentro do aplicativo.
Além de comercializar bilhetes das principais empresas do segmento rodoviário, o clube possui benefícios em mais de 50 empresas parceiras dos setores de viagens, alimentos, bebidas, eletrônicos, roupas, órios, entre outros.
CIRCULANDO
De Curitiba ao Parque Vila Velha são cerca de 91 km de distância, algo em torno de 1h15 de viagem.
Vale lembrar que carro particular é fundamental para circular tanto em Ponta Grossa como nos atrativos naturais dos arredores, geralmente, afastados e às margens de rodovias ou com o por estrada de terra sem serviços de celular nem transporte público.
No caso do Viagem em Pauta, alugamos um carro na Movida do Shopping Curitiba, no Centro, com devolução na loja do aeroporto da vizinha São José dos Pinhais (movida.com.br).
Um dos motivos da nossa escolha pela empresa é a sua política de neutralização de emissões do CO2 produzida pelos clientes, considerada a única locadora a contar com uma proposta do gênero.
Segundo sua matemática para neutralizar a pegada de carbono, ao alugar um carro, o cliente paga R$ 1 por diária, a Movida faz o cálculo de emissão produzida pela locação, segundo quilometragem rodada e o tipo de veículo, e a quantidade é transformada em reflorestamento em áreas no interior de São Paulo e do Pará.
Desde o o início do plantio, em 2009, a empresa já contabilizou quase 250 mil árvores plantadas, como o caso da parceria com a Black Jaguar Foundation, em que a locadora restaura florestas no Corredor de Biodiversidade do Araguaia, entre Goiás e o Pará, nas margens dos rios Araguaia e Tocantins, unindo os biomas Cerrado e Amazônia.
Ao longo da viagem, tivemos alterações considerações do roteiro (tem gente que fura o combinado e outros "anjos" que aparecem com pautas que parecem caídas dos céus, ou melhor, dos trilhos) e tivemos que pedir alteração no horário de devolução. Mas a Movida oferece diária de 27 horas, ou seja, três horas de cortesia na hora da devolução.
SAIBA MAIS
Parque Estadual Vila Velha
Rodovia BR-376, Km 515 s/n - Ponta Grossa/Paraná
Ingressos a partir de R$ 60
De quarta a segunda, das 9h às 15h, com permanência até 17h.
* O Viagem em Pauta viajou com o apoio da Viação Cometa e da Movida Aluguel de Carros.