Em seis meses, crianças da Maré (RJ) fazem revolução literária para o resto da vida 614o2a
Oficinas e contação de histórias valorizam negros, indígenas e a produção feminina com literatura periférica 5p4j3z
Projeto de dupla de crias da favela, com ciclo semestral, é exemplo de iniciativa para comemorar o 23 de abril, Dia Mundial do Livro, data escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre seus direitos legais.
Depois que Anderson Oli e Camila Mendes criaram o Leituras na Favela, no Complexo da Maré, Rio de Janeiro, o progresso intelectual da quebrada deu um o à frente. Trinta crianças e adolescentes iniciaram a oficina de seis meses discutindo obras de protagonismo negro, indígena e feminino. 2z4d5l
Semanalmente, alunas e alunos da rede municipal de ensino se reúnem na Biblioteca Municipal Jorge Amado, na Areninha Cultural Herbert Vianna, na Baixa do Sapateiro. Cada vez mais interessados em leitura e literatura, têm entre quatro e 14 anos.
O projeto oferece oficinas de leituras e contação de histórias, com autoras e autores de quebrada para um público, “em sua maioria, composto de pessoas negras, de baixa renda e que estão em vulnerabilidade social”, diz Camila Mendes.
Leituras na Favela alcançou especialmente moradores do local conhecido como Nova Maré, ou “as casinhas”. A ideia surgiu em 2021, com a leitura dos livros da banca examinadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) para o vestibular.
Apesar das dificuldades, periferia quer ler 4m4y5t
Incentivar a leitura em territórios periféricos esbarra em dificuldades estruturais e sociais. Pesquisa realizada ano ado pelo Instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), mostrou que 53% dos brasileiros não leram nem uma parte de algum livro nos três meses anteriores à pesquisa.
A 6ª edição de outro levantamento relevante, Retratos da Leitura no Brasil, apurou que, em se tratando de livros inteiros, o percentual de leitores é de 27%. Eles estão concentrados na fase escolar: 77% são estudantes.
Na contramão dessas pesquisa, levantamento de 2024 mostrou que 74% dos moradores de regiões periféricas são adeptos da leitura. Os dados apurados pela Festa Literária das Periferias (FLUP) ressaltam, principalmente, que o público das comunidades gostaria de ter mais o aos livros.
Serviço: 4o3e1r
Leituras na Favela
Local: Biblioteca Municipal Jorge Amado, Complexo da Maré
Atividades às terças-feiras
15h às 16h - Contação de história
16h às 17h30 - Leitura Compartilhada
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