É falso que Simone Tebet tenha chamado de 'golpistas' idosos alvos de descontos indevidos d6e5x
POSTAGEM DISTORCE FALA DA MINISTRA DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO SOBRE RESSARCIMENTO DE VÍTIMAS DE FRAUDE NO INSS 4o1w1j
O que estão compartilhando: que a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, chamou idosos de golpistas. 412473
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há qualquer registro de que a ministra tenha chamado de "golpistas" idosos vítimas da fraude de descontos associativos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A postagem distorce uma declaração da ministra do dia 8 de maio de 2025, em que ela afirma que, se for necessário, será usado dinheiro da União para restituir as vítimas, mas que será preciso ter responsabilidade para ressarcir apenas quem foi realmente vítima da fraude.
Em nota, o Ministério do Planejamento e Orçamento disse que o conteúdo da postagem não procede. "A ministra Simone Tebet jamais disse isso ou qualquer coisa parecida com isso", comunicou. A autora do post original no TikTok foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto.
Saiba mais: A ministra do Planejamento e Orçamento falou rapidamente sobre a restituição às vítimas de fraude no INSS na última quinta-feira, 8, após participar do leilão da Rota da Celulose, na B3, em São Paulo.
Questionada por um jornalista sobre se os bens apreendidos na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) serão suficientes para fazer o ressarcimento, Tebet respondeu que, se houver necessidade, vai ser usado, sim, dinheiro público.
A fala completa da ministra é a seguinte:
"Ninguém vai ficar prejudicado nessa conta, todos serão ressarcidos. A única coisa que nós temos que ponderar: o dinheiro que irá ressarcir é não só fruto da apreensão de bens, porque pode ser insuficiente. Se precisar a União complementar, nós iremos complementar, mas vamos complementar com dinheiro público. Então, temos que ter a responsabilidade de só restituir para quem deve, porque muita gente pode, às vezes, esquecer que assinou, né? Ou alguém de má-fé - sei que serão muito, muito poucos -, mas dizer assim: 'Ah, eu não assinei e quero a restituição de volta'. Então, com muita responsabilidade".
A resposta veio logo após o ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, dizer que o dinheiro para o ressarcimento virá, prioritariamente, do dinheiro que as entidades que receberam os descontos indevidos terão que devolver.
Restituição será apenas para quem de fato foi vítima
Não há registros de que Tebet tenha chamado idosos de golpistas, como afirma o post investigado. No entanto, ela disse que não haverá restituição para pessoas que se esqueceram que tinham autorizado os descontos ou para aqueles que agirem de má-fé pedindo a restituição, mesmo tendo autorizado o desconto anteriormente.
Após ser questionada por um jornalista em uma rápida entrevista coletiva, Tebet disse que há três fases para o ressarcimento. A primeira é a continuidade do processo de investigação; a segunda, a possibilidade de que as vítimas informem que não autorizaram os descontos; e a terceira é o processo de devolução em si.
"Nós estamos abrindo um prazo para que essas pessoas venham e digam: eu não assinei nada e estou sendo lesado. A partir daí e já na semana que vem entramos nós, da equipe do Orçamento, equipe da Fazenda, a JEO [Junta de Execução Orçamentária] vai sentar e cumprir a determinação do presidente Lula. Qual é? Ninguém vai ficar prejudicado nessa conta. Todos serão ressarcidos", disse.
Tebet continua: "A única coisa que nós temos que ponderar: o dinheiro que irá ressarcir é não só fruto da apreensão de bens, porque pode ser insuficiente. Se precisar a União complementar, nós iremos complementar, mas vamos complementar com dinheiro público. Então, temos que ter a responsabilidade de só restituir pra quem deve", continuou.
Na sequência, ela falou sobre a possibilidade de pessoas pedirem a restituição de má-fé: "Porque muita gente pode às vezes esquecer que assinou, ou alguém de má fé - sei que serão muito, muito poucos, mas dizer assim: eu não assinei e quero a restituição de volta. Então com muita responsabilidade. Mas, de novo, e acho que essa informação é importante: o presidente Lula determinou que houvesse agilidade. Por isso é que nós estamos trabalhando nas três etapas concomitantemente", finalizou.
Parte da fala da ministra aparece nesta transmissão da Jovem Pan News.
O áudio completo da fala pode ser ouvido a seguir:
