Médica é condenada a 16 anos de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro de tráfico da família na BA h6j67
Defesa de médica alega que ela é inocente e recorrerá da sentença 3w5w1f
A médica Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, de 30 anos, foi condenada a mais de 16 anos de prisão por integrar uma organização criminosa familiar e realizar lavagem de dinheiro de recursos vindos do tráfico de drogas. Ela é apontada pela Justiça da Bahia como líder do núcleo financeiro da organização. 2o5q38
A sentença foi dada na última terça-feira, 1º, pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Feira de Santana. A defesa dela salientou que entrará com recurso para reverter a sentença, pois acredita que sua cliente é inocente.
Além dela, outras cinco pessoas também receberam suas condenações, entre elas, o marido de Larissa, Paulo Victor Bezerra Lima, e a mãe da médica, Niedja Maria Lima Umbuziero. Mãe e filha receberam as maiores penas. Ainda cabe recurso e, por determinação da Justiça, os condenados poderão recorrer em liberdade.
A Justiça ainda determinou o confisco de 11 imóveis, sendo casas, apartamentos e fazendas – todas de alto luxo –, 16 veículos, entre carros, caminhonetes, motocicletas e tratores, e 456 cabeças de gado. De acordo com o Ministério Público, todos os itens serão periciados e podendo chegar ao valor de R$ 50 milhões.
Como funcionava a organização, segundo a Justiça 355p4l
Em fevereiro de 2019 foi instaurado um inquérito pela Polícia Federal para investigar o suposto envolvimento de Rener Manoel Umbuziero com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para ocultar patrimônios adquiridos por meio da atividade ilícita.
As autoridades descobriram que ele e família se reestruturaram na cidade de Feira de Santana (BA), após deixar o estado de Pernambuco, onde começou sua empreitada no plantio de maconha em fazendas. O suspeito seria o responsável por abastecer o tráfico na região.
Para não levantar suspeitas quanto ao dinheiro movimentado pela família, todo o luxo obtido pela organização criminosa era revertido em bens de luxo em nome de “laranjas”, que eram membros da família. Ainda conforme o processo, Larissa e a mãe foram apontadas nas investigações como chefes do núcleo financeiro e responsáveis pela gestão e fluxo dos ativos ilícitos, “organizando a ocultação e dissimulação patrimonial”.
Enquanto isso, uma irmã de Niedja, uma sobrinha, o genro, e uma amiga eram os “laranjas”, que forneciam dados pessoais e conta bancária para que os bens fossem registrados, ou então, movimentassem dinheiro sem ser identificados.
O processo demonstra que a jovem médica tinha imóveis em seu nome, realizava tratativas com o pai e demonstrava preocupação com o patrimônio da família, justamente por estarem em nome de laranjas, e insistiu na regularização “através de procurações e/ou contratos de gaveta”, para diminuir os riscos. Em uma das conversas obtidas pela Polícia, Larissa encaminha um áudio a um contador afirmando que “burlou o sistema de fiscalização da Receita Federal”, após um dinheiro referente a venda de um apartamento cair na conta de sua mãe.
“Ela diz que imediatamente após esse dinheiro cair na conta, eles moveram esse dinheiro para a Previdência, mas posteriormente teve dificuldade em resgatar por algumas pendências de sua mãe junto a Receita. Com esse áudio transcrito acima, robustece-se a ideia de que LARISSA tentava ocultar bens imóveis e recursos financeiros oriundos da atividade ilícita de seu pai”, aponta a Justiça.
Prisões e apreensões 305m3k
Enquanto ocorriam as investigações, em setembro de 2019, três homens foram presos em flagrante com 885 kg de maconha em um caminhão, na zona rural de São Gonçalo dos Campos (BA). Um dos suspeitos afirmou à polícia que foi contratado por Rener para fazer o transporte da droga por R$ 2 mil.
A investigação identificou ainda cinco fazendas pertencentes à Rener, mas que estavam em nome de laranjas, todos eles familiares e pessoas próximas. Inclusive, em julho de 2019, a Polícia Militar realizou operação de erradicação de roça de maconha, em Iraquara (BA), onde localizou diversas seis roças de maconha com 220 mil plantas.
Várias ações foram realizadas ao longo deste tempo, mas em 21 de fevereiro de 2024, a PF deflagrou a Operação Kariri, na qual foram expedidos sete mandados de prisão e 20 de busca e apreensão em Salvador (BA), Feira de Santana (BA), América Dourada (BA), Morpará (BA), Ibititá (BA), Muquém do São Francisco (BA), Brasília (DF), Ibimirim (PE) e São Paulo (SP).
Rener morreu no confronto com os agentes no dia da Operação, enquanto os outros seis suspeitos foram presos. Larissa foi capturada em São Paulo. Todos foram soltos depois da operação e responderam o processo em liberdade.
Defesas 35671
Ao Terra, o escritório Nestor Távora Advogados Associados, que representa Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, convicto da inocência da constituinte, informa que irá recorrer da decisão.
A reportagem tentou contato com a defesa de Paulo Victor Bezerra Lima, e a mãe da médica, Niedja Maria Lima Umbuziero, mas não teve retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.