A praia brasileira que o mar está engolindo 3p281j
Atafona fica no norte do estado do Rio de Janeiro, vem sendo comida pelo mar há décadas p5l3t
A praia de Atafona, no norte do Estado do Rio de Janeiro, vem sendo comida pelo mar há décadas. Segundo a ONU, o aquecimento global pode fazer com que a localidade suma ainda mais rápido do mapa. g6b43
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Segundo a agência de notícias Deutsche Welle, cerca de 500 edifícios do distrito de São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, já estão sob as ondas.
"Eu não tinha vista do mar quando a casa foi construída. Eu tinha dois quarteirões, três quarteirões de casas na minha frente, depois uma avenida Atlântica asfaltada, um calçadão e, depois, um monte de areia até chegar à água. Essa era a minha realidade há 45 anos, quando a gente construiu a casa. Então isso tudo foi indo, isso tudo foi acabando, e o mar foi chegando, foi chegando, até que, em 2019, ele tombou exatamente a curva aqui do meu terreno", contou a aposentada Sônia Ferreira.
Segundo o repórter Gustavo Basso, faz sete décadas que Atafona perde cinco metros por ano de terreno para o fundo do mar. O distrito fica localizado bem no meio do delta do rio Paraíba do Sul, que, antes de chegar na região, atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Estudos sugerem que o processo é, em parte, natural e ocorria antes mesmo da ocupação do território. Mas as intervenções humanas no rio Paraíba do Sul aceleraram, e muito, esse processo.
Ao todo, a bacia do Paraíba do Sul tem 943 barragens. Elas diminuem a vazão do rio e a quantidade de sedimentos que ele carrega. "Porém, há um desequilíbrio entre a areia retirada pelo mar e a que deixa de chegar pelo rio, explicam especialistas. O caos é completo com a elevação do nível do mar devido ao aquecimento global.
A reportagem destaca ainda um relatório da ONU, divulgado em 2024, que aponta Atafona como uma das 31 localidades mais ameaçadas do mundo pela elevação dos oceanos. Acredita-se, inclusive, que o mar na região suba mais 21 centímetros, em média, até 2050.
Uma das soluções mais certeiras para a região é retirar a população das casas próximas e realocá-la. Porém, a reportagem mostra que nem moradores, nem pescadores têm interesse na mudança.