Herbívoro, solitário e citado de maneira pejorativa: conheça o maior mamífero terrestre da América do Sul 5a2c5x
Anta brasileira aparece como “vulnerável de extinção” na Lista Vermelha da IUCN 2j205s
O maior mamífero terrestre da América do Sul ainda desperta curiosidade ao redor. Do comportamento solitário ao injusto uso de seu nome de maneira pejorativa, a anta-brasileira carrega algumas particularidades em meio ao seu peso de 180 a 300 quilos e medidas de 1,10 a 2 metros. u269
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Mesmo com todo esse tamanho, a espécie não escapa da definição como “vulnerável de extinção” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Apesar de ter a onça como seu grande predador, o animal convive com outras preocupações.
Em conversa com o Terra, Patrícia Medici, coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, explicou que o contexto da espécie varia a depender do ambiente em que está inserida na natureza.
Os perigos, entretanto, são quase sempre os mesmos e, na maioria das vezes, causados pela ação humana, seja diretamente com a caça esportiva e de subsistência ou como consequência de outras atividades do homem.
“As principais ameaças hoje são atropelamentos em rodovias, incêndios de grandes proporções, o desmatamento e a fragmentação do habitat. A contaminação por agrotóxicos é um fator que detectamos aqui no Mato Grosso do Sul”, diz a pesquisadora.
Junto a essas ameaças, o ciclo reprodutivo de cerca de 13 meses dificulta sua sobrevivência. Além da gestação demorada, a fêmea gera apenas um filhote por vez, que pode ou não sobreviver.
De acordo com o IUCN, a anta está presente na Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana sa, Guiana, Paraguai, Suriname e Venezuela, além do Brasil, na América do Sul. No Brasil, sua presença ocorre na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.
Em todos esses biomas uma possível extinção da espécie pode causar grande impacto no ecossistema. Os pesquisadores, inclusive, a apelidaram de “jardineira das florestas”, tamanha a importância.
“Ela é herbívora, ela come muitos frutos e ela dispersa as sementes desses frutos através das suas fezes. São animais que têm áreas de vida bem grandes, se deslocam por grandes distâncias e nesses grandes deslocamentos vão defecando e dispersando as sementes que consumiram pelo caminho. Então, elas criam biodiversidade e mantêm a biodiversidade e influenciam grandemente a composição do habitat”, explica Medici.
Com o trabalho silencioso feito pela anta, o futuro pode ter uma floresta degradada e sem a devida manutenção das espécies vegetais, em caso de ausência da espécie, segundo a coordenadora do INCAB-IPÊ.