Instagram é favorito dos brasileiros para se informar, diz pesquisa 18195j
ORGANIZAÇÃO ANALISOU OS PADRÕES DE CONSUMO DE INFORMAÇÕES E O IMPACTO DAS DIFERENÇAS SOCIAIS 5u651
O Instagram foi a principal rede social usada pelos brasileiros para se informar em 2024. O relatório Desigualdades Informativas: Entendendo os caminhos informativos dos brasileiros na internet 2024, do Aláfia Lab, identificou que 68,8% dos entrevistados apontaram a plataforma como favorita na hora de buscar informações. YouTube e Facebook vêm na sequência, com 55,9% e 43,7%, respectivamente. 40531v
Cerca de 52% dos entrevistados disseram se informar por meio das redes sociais. A televisão vem logo atrás, com metade dos entrevistados. A predominância das redes está de acordo com outras pesquisas acadêmicas e de mercado, diz o relatório.
Já o alto índice de utilização da televisão pode ter sido influenciado pelo período das eleições municipais. Também foi observado um alto o direto a portais de notícias em compensação a buscadores.
"Isso reforça a hipótese de que eventos importantes, como o pleito municipal, provocam uma procura maior por veículos jornalísticos", diz o relatório.
O relatório analisou quais são os tipos de contas mais seguidos em cada rede social. As pessoas preferem seguir perfis de familiares, amigos e conhecidos no Instagram e no Facebook. Já nas plataformas de vídeos YouTube, TikTok e Kwai, prevalecem as celebridades e influenciadores.
O X tem um equilíbrio maior entre conhecidos, meios de comunicação, políticos e jornalistas. Esta é a rede social que teve maior procura por contas de meios de comunicação e jornalistas. "A plataforma se reafirma como fonte importante de informação entre seus usuários", diz a análise do Aláfia Lab.
A pesquisa quantitativa foi conduzida pelo instituto IDEIA, por meio de um questionário via aplicativo de telefone. Foram entrevistadas 1549 pessoas, entre os dias 10 e 13 de outubro de 2024, respeitando-se cotas de sexo, idade, região e classe social.
A pesquisadora Liz Nóbrega, uma das responsáveis pelo relatório, disse ao Estadão Verifica que os dados podem ajudar no debate sobre os problemas atuais da comunicação digital, como a desinformação.
"É importante a gente dar esse o atrás, compreender como as pessoas se conectam com o mundo, como elas criam as suas visões sobre o mundo e isso é feito a partir do consumo de informação", afirmou.
Extrema-direita usa mais as redes para se informar, diz relatório
O relatório procurou conhecer o comportamento de consumo de notícias nos diferentes espectros políticos. Cerca de 4% dos entrevistados se identificaram como extrema-esquerda; esquerda, 17%; centro, 11%; direita, 25%; e extrema-direita, 3%. Cerca de 39% disseram não saber ou preferiram não responder.
Todas as posições políticas costumam usar as redes como um dos principais meios de se informar. A extrema-direita se destaca com o maior percentual, 78,3%. Essa porcentagem diminui conforme se distancia o espectro político: 54% no centro e 38,5% na extrema-esquerda.
A mesma tendência é observada quando falamos de informação exclusivamente sobre política. A extrema-direita e a direita lideram o consumo deste tipo nas redes-sociais, com 67,4% e 52,1% dos respondentes de cada espectro. Elas são seguidas de 45,1% na esquerda, 44,8% no centro e 35,4% na extrema-esquerda.
O relatório destaca a presença de portais de notícias hiperpatidários ligados à direita e extrema-direita entre os 15 mais ados nas redes sociais. Por outro lado, veículos desse tipo ligados à esquerda não possuem a mesma expressividade de os.
Centro e esquerda são os grupos que se informam mais pela televisão (61,5% e 57,5%, respectivamente) do que pelas redes sociais (54% e 57,1%). A extrema-esquerda apresentou o mesmo percentual para ambos os meios: 38,5%.
A procura por informação exclusivamente de política na televisão é maior entre as pessoas que se consideram de centro, 51,7%, e na esquerda, 49,2%, contra 38,2% na direita, 29,2% na extrema-esquerda e 26,15% na extrema-direita.
WhatsApp é meio de comunicação preferido
O WhatsApp foi o aplicativo de mensagens utilizado por 90,1%, seguido por 35,1% no Facebook Messenger e 32,4% no Telegram. De modo geral, os entrevistados disseram se informar igualmente tanto em conversas individuais quanto por conversas em grupos. O WhatsApp é o favorito para conversas individuais, ao o que o Telegram tem predominância por troca de mensagens em grupos.
Os candidatos declarados de extrema-esquerda são aqueles com o maior percentual de pessoas que dizem se informar por aplicativos de mensagem: 32,3%. Eles são seguidos pela extrema-direita (28,3%), centro (27%), direita (24,9%) e esquerda (22,2%).
Quando olhamos para o comportamento dentro dos aplicativos, há um contraste grande entre as duas extremidades do espectro político. A extrema-direita é a que tem o maior percentual de pessoas que se informam mais em conversas de grupo (15,4%), mais que o dobro na extrema-esquerda (6,3%).
O quadro se inverte quando perguntados se informam-se mais por meio de conversas individuais. Essa opção foi escolhida por 68,8% das pessoas na extrema-esquerda, quase três vezes mais que na extrema-direita (23,1%).
Nóbrega ressalta que a polarização política tem um papel no distanciamento entre as maneiras de se informar das pessoas.
"Há um perigo de as pessoas perderem a capacidade de criar uma base comum sobre os fatos", disse. "Muitas vezes esses fatos podem estar sendo distorcidos a partir justamente desse olhar extremo sobre a realidade."
Jovens preferem redes sociais e TV é favorita dos mais velhos
A análise levou ainda em questão diferenças sociais como idade, gênero, faixa de renda e raça. As mulheres escolheram o Instagram como principal fonte de informação (48,2% contra 34,4% dos homens). Já os homens aram mais o YouTube (29% contra 18,2% das mulheres).
Jovens entre 25 e 34 anos preferem redes sociais (61,3%) e am menos os portais de notícias. A televisão é predominante entre o público acima de 45 anos (55,2%).
O Instagram segue predominante em praticamente todas as faixas de renda. O YouTube apareceu com maior uso entre os que ganham mais de R$ 28 mil (33,3%) do que entre os que recebem até 1 salário mínimo (23,6%).
O X se concentra entre as faixas mais altas de renda, enquanto o Kwai tem maior presença entre os grupos de menor renda. A questão racial apresenta pouca variação no padrão de consumo de informação.
para ar o relatório completo.
